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Expedição a índios isolados teve 'contato pacífico e emoção no reencontro de parentes', diz Funai

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  • 8 de abr. de 2019
  • 2 min de leitura

A Funai preparou a maior expedição das últimas décadas para entrar em contato com um grupo de índios Korubo, na Terra Indígena (TI) Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas, que permanecia totalmente isolado.

A expedição, que começou a ser organizada no governo anterior, tinha dois objetivos principais: reaproximar parentes que se afastaram em 2015 e, também, evitar novos conflitos entre eles e os Matis, outra etnia indígena da região, pelas terras próximas ao Rio Coari.



Inicialmente, a equipe de trabalho passou por uma quarentena de 11 dias para se livrar de gripes e evitar a contaminação dos índios com doenças. Depois do período em quarentena, a equipe permaneceu oito dias na mata em busca dos Korubo isolados.


Bruno relata que a equipe usou como intérpretes índios Korubo já contatados, parentes que tinham se perdido do grupo dos Korubo isolados em 2015. Ao chegar nas roças mapeadas pela Funai, a equipe não encontrou imediatamente os índios isolados, que tinham saído em busca de alimento. Ao procurar pelos caminhos abertos pelos indígenas, a equipe conseguiu realizar o encontro.


Segundo a Funai, na manhã do dia 19 de março a equipe encontrou com dois indígenas isolados que caçavam. “Foi um encontro bastante emocionante, pois logo descobrimos que um dos dois Korubo que vieram em nossa direção era irmão consanguíneo de um Korubo que compunha a expedição. Eles não se viam desde 2015. Foi uma situação de bastante emoção e choro entre eles, que acreditavam que seu parente estava morto” conta o coordenador de Índios Isolados.


“Num primeiro momento, eles não estavam com suas armas, suas bordunas, e a gente também não. Nossos intérpretes Korubo são familiares que foram separados, então houve bastante emoção nesse momento, foi um contato bem pacífico e ele foi sendo construído”, explica Bruno Pereira.


De acordo com ele, no dia seguinte chegaram outros 22 indígenas que estavam nas proximidades. Duas famílias, compostas por 10 indígenas, se aproximaram nos três dias seguintes. Ao todo foram contabilizados 34 Korubos. Quatorze deles com idade aproximada entre 20 e 48 anos, sendo oito homens e seis mulheres, duas delas grávidas. O grupo conta, ainda, com 21 crianças e jovens de até 16 anos, sendo nove meninos e 12 meninas. Dessas, três bebês de menos de um ano de idade.


O chefe da expedição relata que não há registros de doenças que tenham sido passadas da equipe para os índios até o momento. Bruno explica que os Korubo estavam com uma malária “suave”, mas que não foi adquirida pelo contato com a equipe. Segundo ele, os índios “podem ter adquirido [a doença] nas visitas aos Matis ou pelos próprios caçadores ilegais que andam próximo ao Rio Coari”.


Fonte: G1

Texto: Matheus Leitão

 
 
 

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